sábado, 7 de março de 2009

Trenador ou educador? treinador-educador!!!!! Renê

Caros amigos Internautas,

Ao ler carta veiculada num site esportivo cujo conteudo era endereçado de um treinador demitido para os torcedores do antigo clube, fiquei a pensar sobre sua figura. Falo do Treinador de futebol, o Sr. Renê Simões, ele é uma pessoa diferenciada dentro do futebol, carrega consigo o espirito de um educador e nem sempre essa virtude tem espaço no futebol. Sabemos que sua passagem no Rubro-nero nos rendeu o descenso, contudo nunca vi em toda minha vida de acompanhante do Leão, participação de um profissional mais virtuosa, briosa e respeitosa com todas as pessoas envolvidas no futebol, inclusive nós torcedores,que nem na postura do Renê Simões. Aqui na Bahia, tentam maquear sua história pelo fatidico descenso. Nenhum de nós queríamos isso, sofremos muito é verdade, mas do meu ponto de ista isto não anula sua capacidade agregadora, educativa. As pessoas se respeitavam, se reconheciam num mundinho fédido de medalhões arrogantes, prepotentes e muitas vezes desumanos. Penso que contribuiu sim com a nossa história de glórias. Fiz questão de reproduzir a carta na integra para que todos possam avaliar e se desejar se posicionar.


Caro torcedor Tricolor, "Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura, como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso Naquele que me fortalece." Colossenses 1, 12-13 A vida de um treinador precisa ser regrada por princípios fundados em palavras como as do Apóstolo Paulo. Uma vitória ou uma derrota faz a diferença para a gangorra de sentimentos e demonstrações que a paixão pelo futebol desperta. Como homem, pai e treinador de pessoas, eu sempre enfatizei que o importante é saber quem você é e o que fez, independente do que outros possam pensar ou dizer, pois sempre haverá criticas e opiniões contrárias. No dia-a-dia, nossas decisões são sempre questionadas, principalmente quando mexem diretamente com a paixão nacional. O importante é termos consciência que fizemos o nosso melhor, de forma digna e correta. Você, torcedor, tem 90 minutos para avaliar e formar suas opiniões. Infelizmente esse tempo nem sempre reflete todo o trabalho e a preparação feitos durante semanas, meses. Mas, no futebol, o que vale são os jogos e seus resultados. Por ser uma paixão, muitos esquecem que o futebol gira em torno de seres humanos. Pessoas suscetíveis a erros, fraquezas, influências, dias bons e ruins. Jogador, treinador, comissão e diretoria não são sempre perfeitos. Somos todos passíveis de erros e de acertos, somos todos parte da condição humana. Quisera eu que vocês pudessem um dia participar de todo o processo de preparação, treinamento, escalação, preleção, vestiário, substituições, entre outros. Talvez pudessem entender um pouco melhor as razões por trás das decisões e fatos. Talvez a casa do Luxemburgo não fosse pixada e ele não fosse agredido no aeroporto. Talvez o Felipão não fosse demitido. Talvez o treinador não variasse sempre de herói a vilão (burro) com tanta facilidade. Talvez os treinadores tivessem mais tempo dentro dos clubes para desenvolverem seus trabalhos. Talvez alguns jogadores não fossem tão criticados. Nunca fui demitido após uma vitória, mas já sabia que a demissão poderia acontecer. Certas decisões não precisam ser entendidas, porém sempre respeitadas. Saio do Fluminense deixando-o melhor do que o encontrei. Hoje o time está na primeira divisão, classificado para a segunda fase da Copa do Brasil, tendo chegado à semifinal da Taça Guanabara, classificado para a Sul-americana, com um elenco que não mostrou todo seu potencial, mas que o tem de sobra e com mais uma grande contratação chegando. Saio com 11 vitórias, 5 empates e 5 derrotas. Acima de tudo, saio de cabeça erguida, com a convicção que nunca comprometi meus princípios, que não recebi interferências para escalar o time da forma como julguei melhor, que me responsabilizei pelos meus erros publicamente e que corrigi os erros alheios nos bastidores. Saio pela porta da frente, sem rancores e desejando muita sorte ao Parreira, que é um grande profissional e que com certeza fará um belo trabalho à frente do Tricolor. Usando mais uma vez as palavras do Apóstolo Paulo, que diz em Tessalonicenses 5, 18 "em tudo dai graças". Quero aproveitar para agradecer a todos no Fluminense que acompanharam a jornada que eu, Alfredo, Chico e Edinilson traçamos. Foi um grande prazer trabalhar com os profissionais que encontramos ali e muitos deixarão saudades de um momento único. Agradeço também aos torcedores que mostraram seu apoio a mim e principalmente ao time, nos momentos bons e nos ruins. Que Deus abençoe todos. René Simões


Até mais!

2 comentários:

  1. O Renê Simões é um bom treinador.

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  2. Sinceramente, fiquei emocionada ao ler a carta de Simões e indignada com a falta de decência do clube Tricolor.
    A paixão pelo futebol não pode ser maior do que a paixão pelo ser humano: essa lição é o que Renê, com sua dignidade e humildade, nos deixa.
    Quem é o perdedor? Com certeza absoluta não é Renê.
    Anônima

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