sábado, 28 de junho de 2008

Liberar? O que mesmo? Quem, o torcedor?


Caros amigos internautas,

Não poderiamos nos furtar a comentar sobre a "polêmica" da semana no futebol baiano. Afinal, o Vitória deve ou não alugar o seu estádio, o Manuel Barradas ao Bahia?
Uma breve contextualização dá conta de que após uma iniciativa da federação baiana de futebol na figura de seu presidente Ednaldo Rodrigues, sentaram-se numa mesma mesa dirigentes do Bahia e do Vitoria afim de que fosse oficializado o pedido de uso do Barradão por parte do tricolor até o Estadio Metropolitano de Pituaçu ficar pronto, lá pelo segundo semestre. O resultado da conversa por parte do Vitória foi o indicativo de que se posicionaria na proxima quinta-feira, dia 03 de julho, após ouvir os membros da direção do clube, do conselho deliberativo e a torcida.
Estamos testemunhando a escrita de mais uma pagina na história desta rivalidade regional, até porque, faz pouco tempo que o Vitoria não tinha nem títulos expressivos nacionalmente, o que ainda lhe é contemporaneo, e nem estrutura de grande clube. O Bahia com a conquista do brasileiro de 88, somava dois titulos de expressão nacional, mas que também não tinha estrutura de grande clube.
Pois bem, hoje a situação se alterou bastante, o Vitoria tem uma infraestrutura de nivel nacional, enquanto que o Bahia pena para mandar seus jogos na segundona, somando-se no caso do tricolor um jejum de conquistas que sempre lhe serviu para tapar o sol com a peneira. Talvez hoje os torcedores mais conscientes compreendam de que a manutenção dos anos de gloria, apresenta uma conta muito alta e que sua quitação depende de administração séria, transparente e de infraestrutura, neste sentido a reunião ocorrida nesta semana entre os dirigentes se constitui do nosso ponto de vista como um marco que setencia os descabimentos, inabilidades e pessima gestão dos tricolores que posivelmente nunca imaginaram que isso poderia acontecer.

Ou alguém imaginaria esta cena ?
Dos deboches, desdém ao rival, que considerou sempre o Barradão como lixão com cobertura de urubús, agora se rende e, oficializa o que para muitos significa o fundo do poço quando se trata da dignidade tricolor.

Da parte do Vitoria muitos estão achando que foi um exemplo de civilidade o seu presidente participar do encontro e ouvir, entretatanto me questiono se foi ato de civilidade mesmo ou estratégia para demarcar a derrocada do principal rival? do sentir o gostinho de ouvir um pedido em desespero, cozinhar em banho maria, criar expectativa e depois dizer um não bem redondo na cara do Petronio?
Esta reflexão que até parece desporpositada e surreal, na verdade vem embasada nos fatos historicos que constroem o futebol brasileiro e mais especificamente o nosso futebol. A marca de civilidade se dá com a intermediação de outrem? mesmo numa situação em que não havia se quer conversa quanto mais um impasse? Quando vimos dirigentes de futebol consultar torcida para deliberar sobre contratações, política salarial, preço de ingresso, infraestutura no estadio ou coisa que o valha? para agora acreditarmos ingenuamente que a voz do torcedor terá peso de decisão na resposta dos administradores do Vitória, francamente... até porque como foi dito pelo proprio presidente do clube logo após a dita reunião, as torcidas organizadas eram contrarias e colocou todo peso de sua fala neste aspecto.
Se por ventura chegarmos na quinta feira proxima e o discurso do Vitória recair sobre os ombros de seus torcedores, consideraremos demagogia e falsa democracia por pelo menos dois aspectos:um é que a democracia pressupõe participação efetiva dos associados em todos os entraves decisórios, e não exporadica e sensacionalistamente como o que nos parece neste episódio, o segundo aspecto é que se dependesse da torcida rubro negra, se quer haveria o encontro ou mesmo a oficialização de um pedido. E quem nos diz isso são as próprias pesquisas feitas no site oficial do clube no inicio do ano.
Meus amigos, compreendemos e achamos legitima a negação veimente por parte dos torcedores, por razões obvias, esses são os sujeitos que sentem todos os dias na pele o que é ser torcedor de futebol, é um verdadeiro exercicio de se contorcer. Por outro lado, do ponto de vista do futebol baiano não podemos perder de vista que só seremos solidamente fortes na medida em que os clubes que nos representam forem fortes. Torcer para o definhamento de um ou de outro que não seja nos confrontos diretos é ceder à irracionalidade e cultuar o ideário de quanto pior melhor.
Para nós, perdem todos com isso! é importante sim, que os responsaveis historicos pelo caos sejam cobrados e assumam o ônus, larguem o osso e demonstrem que o clube que administram não é uma propriedade privada deles e o bem maior, o melhor e maior presente para os tricolores neste momento, no nível da conquista de um título talvez fosse a abdicação em massa da direção do Bahia. Obviamente reconhecendo todos os serviços prestados por estes, mas sem o sentimento de saudosismo como defende um comunicador que finalmente tem demonstrado uma posição, conservadora, arcaica e coronealista na politica rogando pela reencarnação de ACM no corpo do Neto e no futebol, aclamando pela volta daquele que nunca foi, Paulo Maracajá. Não é mesmo Sr. Varela???????
Não vamos nos prender ao debate de se a direção libera ou não libera, por ter a consciencia de que não depende de nossa voz ( torcedor), o que queremos é nos certificar e proteger contra falacias pseudo-democraticas e utilização de nossas paixões como marionetes do circo armado.
Como dizia o poeta "triste de um povo que precisa de um heroi"
Até mais!

OBS. Agradecimentos especiais a todos os colegas torcedores de Bahia e Vitoria que contribuiram emitindo suas opinões, o que nos ajudou a formaular o nosso.

O Bahia paga por sua soberba, arrogancia, monarqueismo com a qual contruiu sua história.

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