segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vitória, uma nação em formação!!!!!


Caros Amigos Internautas,

Início espetacular, contexto estranho. Assim é que definimos o início de temporada nacional do Esporte Clube Vitória. Ontem, no jogo contra o Santo André ficou bem evidente, sobretudo após o penalti desperdiçado por Marcelinho Carioca, quando o gol significaria o empate do Clube do ABC paulista, lá pelo meado do segundo tempo. Aí de repente... o Vitória marca o quarto gol, isso mesmo o quarto gol, foi tão rápido e inusitado que aqueles menos atentos se perderia nas contas. O Vitória não jogou para tanto e não sabemos como ficaria em caso da conversão da penalidade naquela altura em que o jogo estava lá e cá, como se diz na linguagem futebolística e a torcida quase diminuta, meio que protestava nas arquibancas.
Porque contexto estranho? É que o Vitória consegue sua quarta vitória em seus domínios (está invicto no Barradão) mantem-se na terceira colocação geral com um time ainda em formação, longe de estar definido tanto no plano dos componentes do elenco, como nos que atuam e muito menos taticamente, conta com o estranho distanciamento de sua torcida (médias ridículas de público registrados, até aqui), de uma mídia que não está fazendo o ôba, ôba costumeiro nem em nível local e nem em nível nacional. O fato é que o Vitória está muito bem, obrigado!
Como para nós o futebol não se define apenas nas quatro linhas, queremos chamar a atenção de todos para dois aspectos que julgamos fundamentais. O pimeiro é sobre a composição do elenco.
O Vitória repetiu a sandice do ano passado trazendo um caminhão de jogadores e que a maioria não conseguiu se firmar no time, inclusive por deficiência técnica e a direção forçosamente iniciou um necessário trabalho de desfazer a mancada. Pois bem, agora quer ter Bida e Ramon Menezes, como moedas de troca. A pergunta é: Em caso de ausência de Leandro Domingues quem o substituirá? Só temos no elenco Jackson que ainda assim, não reflete a qualidade técnica de Domingues, superando apenas na disposição, que é importante é verdade mas, só de vontade não se faz um time vencedor, é preciso ter qualidade no elenco.
Para nós, Ramon tem essa qualidade de sobra mas concordamos com a tese de que ele não consegue jogar o futebol no nível atlético exigido atualmente. Bida dá e sobra, tanto no aspecto atlético como técnico. Trata-se de um dos maiores meias revelado no Vitória nos últimos anos - digo revelado porque foi no Vitória que encontrou-se como meia e não atacante como jogava antes no Ipitanga- cobiçadíssimo pelos grandes clubes do Brasil e não jogar no atual time até vai, respeitando o critério do técnico , mas ficar à disposição é um pouco demais.
A argumentação da Direção é de se fazer uma bela troca por um belo atacante. Quem seria esse belo atacante que faria uma bela troca por Bida? guardando as proporções das diferenças nas posições, não consiguimos ver nenhum jogador no Brasil nessa condição. Os do níveis para uma BELA troca estão bem empregados e ganham algumas vezes mais que próprio Bida, os que poderão aparecer como bons e baratos, não podiam ser bancado pelo clube sem a necessidade da venda de Bida?
Só justificaria transacionar ambos se o Vitória ficasse com dnheiro em caixa e ainda suprisse as carencias não só no ataque, mas com a saida de Ramon e Bida, a carencia do meio campo.


AUSÊNCIA DA TORCIDA NO BARRADÃO
É preciso considerar que a torcida do Vitoria é composta por pessoas que representam um grande fosso social, os burguesinhos que parecem ter o Rei na Barriga, que esculhambam com os trejeitos do torcedor mais humilde e ao memso tempo reproduz esses trejeitos denunciando que em algum sentido não são tão especiais assim, e conta por outro lado uma massa falida economicamente que não tem condições de acompanhar o seu time como gostaria. Também, tudo é muito caro dentro do estádio, o sistema de transporte urbano é ineficiente, a prefeitura, os empresários e os trabalhadores rodoviarios não compreendem essas aglomerações de pessoas como diferenciadas, por conta disso age como se nada estivesse acontecendo na cidade, é mesma frota reduzidissima prevista para os dias "mortos". Também no contexto em que vivemos seria ingenuidade nossa pensarmos que os segmentos do capital se preocupariam com o lazer dos trabalhadores, descontroladamente. O torcedor do Vitória precisa ser ouvido. O clube precisa fazer pesquisa, investir em inteligencia para compreender os motivos do torcedor e intervir naquilo que lhes for possivel. A estratégia de criticar publicamente nos meios midiaticos , não funciona e ainda constrange o torcedoro. Na verdade Inverte-se a lógica, é o torcedor o responsavel direto e unico de sua ausencia no estadio.
A outra questão muito seria que temos a destacar é sobre o programa SOU MAIS VITORIA, aqui vai recado direto, expresso, com a esperança que você leitor(a) possa nos ajudar em caso de concordanica com o nosso ponto de vista a chegar nos gestores do Vitoria. Nossas postagens tem como principio a discussão sobre temáticas, teses, buscamos com muitos esforços não darmos margens a armadilhas sensacionalistas e desrespeitosas a quem quer que seja, com se é frequentemente alardiado sobretudo na cronica esportiva radiofonica da Bahia. Certos dessa posição, chamamos atenção da gestão para a equipe responsavel pelo SOU MAIS VITORIA, longe de julgarmos qualquer pessoa individualmente, o fato é a equipe não consegue oferecer um serviço de qualidade para os associados e isso precisa ser levado a cabo pela gestão sob pena de maior esvaziamento do já esvaziado publico. Pontos a serem observados:


SOU MAIS VITÓRIA


  • Clareza nas ofertas dos pacotes: Não se sabe a que os torcedores têm de fato direito com a compra de um, ou outro pacote; O que é dito numa loja do Vitoria é desdtido em outra, que constrasta com a orientação da sede barradão. É uma confusão;

  • Atendimento no Barradão: É o que se tem de mais crônico. Ir ao estadio de futebol é ir na busca de um espaço, um momento de entreternimento e de lazer, ficar em filas quilometricas para acessar à carteirinhas, fazer novas adesões, receber brindes etc. tem causado grandes transtornos e jogando balde de agua fria no humor do torcedor;

  • Prazos para entrega de materiais e a prorpia carteinha. Além do Vitoria se comprometer na medida em que os brindes não têm chegado nas mãos dos sócios (estamos já no segundo semestre e muitos que fizeram a adesão em março, abril e maio ainda não receberam nada)

  • O atendimento no Barradão, por conta do exposto acima, deixa todos - torcedores e trabalhadores- num pivel de estresse elevadissimo, não sendo raro destratos de todos os lados;

  • A retirada "das vantagens" de se ser sócio. A forma foi absolutamente autoritária. Mesmo sabendo que trata-se de uma empresa privada, o négocio futebol, tem no elemento identidade, fidelidade do seu torcedor a carcterística que em tese deveria garantir relações mais democraticas.

  • O acesso ao estadio: As filas interminaveis são Terríveis, se a idéia é maior conforto ao sócio, na pratica tem sido imposto um acesso pior do que daqueles que compram o bilhete unitariamente e acessa ao estadio - que já é muito ruim e as vezes desumano-. Vimos inumeros torcedores dizendo coisas do tipo: Se é para ficar num inferno destes, é muito melhor comprar avulso.

SUGESTÕES:



  • O grupo precisa investir em inteligencia e tecnologia: Existem recursos capazes de tornar o processo mais dinamico, que associa, faz a fotografia, imprime e entrega a carteirinha no instante da adesão.

  • O Processo a cima deveria ser feito nos pontos de apoio do Leão. Lojas espalhadas na cidade,ou pelo menos em algumas delas. Assim, a loja do barradão seria apenas mais um espaço ( talvez com melhor estrutura) para esse fim, também;

  • Os Kit's precisam voltar a serem feitos via correios ou em mutirões nos finais de semana ( aos sábados quando o jogo fosse nos domingos) na frente do estadio. Pelo menos até desafogar a demanda. O que não pode é a pessoa se associar, demorar tanto de receber o que lhe é contratado e quando acontecer, correr o risco de ter o objeto defazado - quem vira nas camisas- a CHAMP's ou a Italiana?

  • As pessoas parecem não passar por formação par lidar com o sócio. O trabalho precisa ser diario e não momentos antes dos jogos.

  • Revalidação de adesão, poderia ser igual a de seguro ou cartão de credito. Fatura com a proposta e transação on-line. Renovaçoes mais automaticas e menos ritualisticas.

  • Uma outra sugestão é sobre a validade do contrato de sócio-torcedor. O clube faz promoções no periodo de pleno vigor do contrato anterior, colocando o torcedor numa situação de desprestigios na medida em que tem como opções ou pagar mais caro depois e respeitar o seu contrato, ou ter subtraido tempo e inflacionado sua associação vigente. Não é assim que o torcedor defe ser tratado. Com armadilhas.
  • Sugestão para isso é: A validade deveira ser pela temporada , ou seja, iniciando no dia primeiro de janeiro e encerrando no dia 31 de dezembroia. Com tabela de desconto para os sócios- fidelizados até o final do ultimo mês da vigencia de seu contrato, e para os novos associados paulatinas formas de adesão com uma rápida promoção inicial, coisa de 30 dias e após esse prazo o preço "normal" sem descontos e depois disso proporcionais aos meses restantes maior do que os do sócio fidelizado ou ingressantes no inicio da vigência do contrato. Ou ainda fideliza por débito em conta os torcedores que a partir do plano escolhido teria acesso ao estadio, sem o transtorno da renovação. (Prazo de carencia, com multa prevista etc)

  • Colocar mais catracas e ter orientadores externos para agilizar a entrada do torcedor.

Obvio que nossa intenção não é dizer o que deve ser feito, compreendemos os limites do lugar de onde falamos, sabemos que não são as unicas questões e talvez nem as mais importantes, o que queremos é abrir o debate, portanto, criticas serão muito bem vindas. Contamos com Vocês, amigos internautas.


Até mais,

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Racismo, não! Injúria, sim!


Mais uma vez, o jornalismo esportivo desenvolvido pela vênus platinada e outros canais de televisão presta um desserviço ao público ao disseminar informações equivocadas sobre o caso ocorrido no primeiro jogo entre Cruzeiro e Grêmio válido pela Copa Libertadores das Américas.

O caso em questão diz respeito a acusação do jogador do cruzeiro Elicarlos sobre o do Grêmio, Maxi Lopes, dizendo que o mesmo o chamou de macaco, praticando um ato de RACISMO, segundo o mesmo jogador.

Que o jogador do cruzeiro se equivoque na qualificação do ato em si, até se entende. Mas a imprensa, não. Esta tem como responsabilidade passar informações tecnicamente correta, para o bem da opiniao pública.

Se realmente houve algum crime, este não é de RACISMO mas, sim, de Injúria Qualificada, crime que também estar previsto na lei.

Racismo é dar tratamento diverso a alguém em função de sua raça, cor, etnia, ou nacionalidade, em situações em que estes devam ser tratados igualmente aos outros.

Não se estar aqui querendo amenizar a situação. O caso é grave e deve ser julgado, pois ambos os atos são crimes qualificados e contemplado pela lei: injúria qualificada, artigo 140 do código penal e a do racismo, lei 7.716/89.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O imponderável!!!

Estados Unidos nas semi-finais da Copa das Confederações já soava estranho. Imagina agora, que eles estão nas finais da Copa, derrotando àquela tida como a favorita da competição.

Só mesmo o imponderável para explicar essas coisas do futebol. Quem em sã consciência imaginaria isso? Alguém apostou na eliminação da Itália?

Eis que a lógica mais uma vez foi desafiada. Isso nos faz pensar que amanhã, este décimo terceiro jogador chamado de imponderável (já temos o "imperador", o "fabuloso", o "fenômeno" o "rei de roma", por que a seleção africana não pode ter o "imponderável" jogando ao seu lado?) pode entrar com força e brilhar na Copa.

Já pensou uma final entre E.U.A e a África?

Vamos torcer?

terça-feira, 23 de junho de 2009

Vitória,Terceiro no Brasileirão!


Caros amigos internautas,

Há algum tempo atrás falamos que após a décima rodada poderíamos avaliar melhor o elenco rubro negro e as possibilidades do time em campo no campeonato brasileiro. Contudo, a realidade se impõe e nos convida a antecipar tal avaliação em função da extinção do chamado G2( segundo grupo de jogadores à disposição do Técnico), Já foram dispensados: Nill, Rafeal Bastos, Javier Reina, Luciano Almeida, Ernandes, André Luiz, Cristian, Glaucio, Luiz Henrique, Thiago Gomes, Washington, Ramires, Cleiton Domingues, Rafael Granja e agora Xavier.
O Vitória com elenco mais enxuto chega à oitava rodada com uma campanha de quatro vitórias (Atletico-PR, Gremio-RS, Sport-RE e Botafogo-RJ),um empate ( Internacional -RS) e duas derrotas (Cruzeiro-MG e Palmeiras-SP), é o time com melhor aproveitamento em jogos dentro de casa, três jogos com três vitórias e aparece em terceiro lugar tábua de classificação. Obvio que é muito cedo para planos muito audaciosos, até porque no ano passado o time também teve um inicio muito bom e terminamos consquistando a vaga para a Sul- Americana enquanto projetou-se muito vaga à Taça Libertadores das Americas e mais comedidamente o título de campeão brasileiro do ano de 2008.
Do nosso ponto de vista a campanha , os resultados desse ano são mais otimistas em relação ao ano passado se levarmos em consideração fatores como avanço até as quartas de final da Copa do Brasil num contexto de mudança do comando tecnico três vezes em um ano até chegar Carpegiani e sobretudo a postura do time em campo, podemos considerar um horizonte bem promissor para o rubro-negro este ano.
Se, por comparação, pensarmos a campanha do ano passado e desta, até a sétima rodada, veremos que Mancini e o Vitória empolgaram o Brasil com exibições plásticas de um time que acabara de voltar da segundona e que logicamente, salvo grandes clubes ( economicamente falando) que nem o Corinthians, quem sobe da segundona, mesmo sendo o campeão, chega na elite do futebol mundial na condição de zebra, candidato à degola e no minimo é visto futbolisticamente com desconfianças. O Vitória da era Carpegiane não tem ganhado a notoriedade e nem espaço na mídia na mesma proporção, não tem demonstrado um futebol alegre e plástico, mas tem sido mais constante, estável e principalmente tem somado os pontos com um futebol convincente( execessão contra o Botafofo-RJ). E como vemos ese cenário?
Com muito otimismo, sinceramente estamos felizes com o Vitória estar longe de definir seu time titular, isso além de construir um ambiente de busca constante entre os jogadores, intimidam elogios pelos cutuvelos por parte de imprensa e torcedores, que movidos por interesses diferentes, mas próprios , por vezes criam um cenário de conto de fadas no qual o vilão tem levado vantagem e se dado bem no final da história. Feliz pelo fato de que o técnico é pressionado a arrumar o time se quiser manter as conquistas e pela torcida parecer mais cética e portanto mais exigente, mesmo considerando os reclames dos jogadores por apoio. A torcida parece dizer "QUEREMOS ALGO A MAIS".
Ainda não temos definição da defesa ( apesar de ser formada por três jovens talentosos e capacitados tecnicamente), o meio de campo ainda há vagas, só temos um jogador com característica de armação, que é o Leandro Domingues e em sua falta só temos o Ramon Menezes, jogador de indiscutível qualidade técnica mas com limites visíveis ante às exigências da dinâmica das partidas da primeira divisão, e o ataque, é o setor mais indefinido, nenhum dos que vêm atuando se constutui como unanimidade no elenco. Achamos que isso é muito bom, sobretudo se, na busca de encaixar o time, continue o Vitória vencendo e jogando com o empenho que tem demonstrado no inicio do Brasileirão.
Um outro aspecto importantíssimo para o Esporte Clube Vitória é que o contexto atual esta servindo para lançar o que os dirigentes chamam de produto e nós aqui chamamos de TRABALHADORES, no mundo do trabalho. Se fizermos uma rápida reflexão constataremos que entram em campo hoje nada mais, nada menos do que 5 jogadores oriundos da base do Leão (Walace, Victor Ramos e Anderson Martins; Uelington e Adriano) e no elenco temos ainda: Elkson, Edson, e o próprio Cleiton ( que fora agora transferido para outro clube). Situação que nem essa só vimos no time de 1993 da campanha que rendeu o vice-campeonato brasileiro para o Vitória e a revelação de craques como Vampeta, Alex Alves, Rodrigo, Paulo Isidoro, João Marcelo (vindo do rival) e principalmente DIDA que se firmou até quando quis na seleção brasileira.
Portanto, as dificuldades que se apresentam são importantes para o crescimento do time e o aumento da confiança do seu exigente torcedor. De inicio o Leão está ASTUTAMENTE travestido de Gatinho e pelas beiradas vai ocupanod o territorio do brasileirão, até poder mostrar suas garras.

Até mais!

sábado, 13 de junho de 2009

Driblar, tocar e pensar


por Michelle Amaral da Silva

Antropólogo explica como o movimento Democracia Corinthiana refletiu e colaborou na construção de uma corrente de pensamento popular de uma época

Eduardo Sales de Lima

da Reportagem

Em 1964, o então presidente do Corinthians, Wadih Helu, celebrava, em reunião do Conselho Deliberativo, “um voto de júbilo” pela “desassombrada e patriótica tomada de posição de nossas Forças Armadas”. A partir dessa data, José Paulo Florenzano, autor do livro recém-lançado “A Democracia Corinthiana – práticas de liberdade no futebol brasileiro”, percorre a história da sociedade brasileira tendo o futebol como o espelho de experiências libertárias e democráticas no país, e, talvez mais que isso, abordando-o como o centro da cultura nacional.

Florenzano é antropólogo e... palmeirense. Tal condição, segundo ele, auxiliou-o em relação ao “distanciamento crítico” do objeto de estudo. Uma das ideias principais da obra é retratar que a luta pela liberdade dos jogadores dentro da ditadura civil-militar “difundia-se por entre os coletivos de atletas e se interligava e nutria com os embates travados nas fábricas, nos sindicatos, nas igrejas, nas favelas, enfim, nas diversas esferas da vida social”, diz trecho do livro.

Vem, então, a Democracia Corinthiana (1981-1985), que aprofunda experiências de autogestão entre os jogadores, como a ocorrida no seio da seleção brasileira tricampeã de 1970. Os atletas passam a governar a equipe, e a resolução de questões comuns do clube, como a escolha do técnico, da estratégia de jogo do time, da contratação e da dispensa dos integrantes do elenco, das normas disciplinares, e até o engajamento nas questões sociais do país era colocada na mesa, quer dizer, em campo. Em seu livro, o antropólogo aponta possíveis pistas para a influência dessa nova forma de organização entre os boleiros, como “os comitês de fábrica na Rússia, em 1917, os conselhos operários da Hungria, em 1956, ou mesmo a recusa libertária de qualquer forma de autoridade inspirada a partir de maio de 1968”.

Os jogadores de futebol decidiram lutar para redefinir “as possibilidades de ser atleta”, abrindo caminho para conexões com movimentos sociais, culturais e políticos. Abaixo, um bate-bola com Florenzano:

Brasil de Fato – Por que um palmeirense garimpa a história política do país por meio de um movimento surgido no Corinthians?

José Paulo Florenzano - Comecei com uma pesquisa inicial de mestrado que tratava da rebeldia no futebol brasileiro, sobretudo centrada na luta do Afonsinho pelo passe livre [através do qual o atleta tem o direito sobre sua própria “força de trabalho”, e não o clube ou empresário], entre outras coisas, no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Daí, por sugestão da antropóloga Márcia Regina da Costa, surgiu a experiência da Democracia Corinthiana, um desdobramento lógico daquela pesquisa inicial que se mostrava como uma alternativa ao modelo hegemônico no futebol brasileiro. Eu sou um torcedor do Palmeiras que, de repente, por circunstâncias da vida acadêmica, me vi diante de um objeto de estudo que se identificava com o arqui-adversário. Acho que acabou sendo um bom encontro, porque me deu um distanciamento crítico ainda maior.

Qual foi o peso dessa ruptura provocada por jogadores como Sócrates, Zenon , Casagrande e Wladimir, entre outros, dentro da sociedade brasileira naquela época?

A Democracia Corinthiana se constitui num movimento que incomoda, perturba, não só o regime militar, mas de um modo geral, o pensamento conservador do país. Isso foi celebrado como uma mudança de postura do atleta brasileiro; o engajamento dos jogadores do Corinthians no movimento das “Diretas Já”. Convém assinalar que, na verdade, esse engajamento antecede o movimento da Democracia Corinthiana e, se você quiser encontrar um marco nesse processo, para não recuar tanto no tempo e resgatar o Afonsinho, temos a entrevista do José Reinaldo de Lima, o Reinaldo, ex-centroavante do Atlético Mineiro, ao jornal de oposição ao regime civil-militar, “O Movimento”. Aí, o Reinaldo já reivindicava a convocação de uma Assembleia Constituinte, a eleição direta para Presidente da República, enfim, uma série de conquistas democráticas.

Isso foi em que ano?

Em 1978.

E o impacto, no mundo esportivo, dessa participação dos jogadores unidos a setores populares? Houve adesão de jogadores de outros clubes? O Afonsinho era de qual time?

Ele atuou em várias equipes. Jogou no Botafogo, no Vasco, no Fluminense. Aqui em São Paulo, ele jogou no Santos. Mas a tua questão é exatamente o objeto de análise do livro. A Democracia Corinthiana não é uma ilha num mar de apatia e alienação, como se costuma pensar no universo do futebol. Pelo contrário, ela se insere numa longa tradição de luta, de autonomia do atleta brasileiro, que remonta aos grandes times da década de 1960. Então, eu procuro estabelecer o elo entre a Academia do Palmeiras dos anos 1960, a seleção brasileira de 1970, o Flamengo do Zico, o Atlético do Reinaldo, e a Portuguesa do Mário Travaglini, antes de ele se transferir para o Corinthians. Havia o “Trem da alegria”, criado pelo Afonsinho, que era uma ideia que lembrava muito o sistema de cooperativa. Mas é a Democracia Corinthiana que retoma, elabora e aprofunda a tradição de autonomia, num contexto revolucionário da sociedade brasileira. Entre 1978 e 1984, tomando os marcos da onda grevista na região do ABC e a campanha das Diretas Já, nós temos uma pluralidade de sujeitos coletivos que entram em cena, dentro do futebol e fora dele, para colocar em xeque as estruturas autoritárias de poder; seja na fábrica, seja no futebol, em todos os espaços.

O que era o “Trem da alegria”?

Foi uma experiência fora do circuito profissional. O Afonsinho reunia atletas que estavam desempregados ou sem espaço nos grandes clubes e montava um time que saía excursionando pelo interior do Rio de Janeiro e por outros estados. De trem, daí o nome “Trem da alegria”. E havia a proposta de repartir igualitariamente o dinheiro arrecadado. Então, é a auto-gestão no Corinthians, a cooperativa do “Trem da alegria”, a proposta de co-gestão que surge no Santos. São inúmeras as experiências nesse contexto. É a “República do Futebol”, e, dentro dela, se destaca a Democracia Corinthiana.

Como todo esse movimento se reflete nos dias de hoje?

De um determinado ponto de vista, o atleta adquiriu uma consciência maior a respeito de seu valor, digamos, de não se deixar explorar economicamente tão facilmente pelos dirigentes. Por outro lado, me parece que existe, inegavelmente, um retrocesso em relação àquilo que foi conquistado naquele momento. Esse refluxo se explica pela hegemonia do conceito de “futebol empresa”, da redução do futebol ao valor econômico, como se fosse o único valor em jogo dentro do futebol.

Esse é um forte limite para práticas libertárias do futebol?

A imposição desse modelo implica necessariamente o recuo das práticas de liberdade. E aqui, nos tocamos com o que se constitui na contradição maior da Democracia Corinthiana, porque ela abrigava simultaneamente dois projetos antagônicos entre si. Ela busca se legitimar, para o ponto de vista da direção do clube, como uma proposta de profissionalização do Corinthians, de implantação do pensamento empresarial no futebol. Encontramos esse discurso na fala do Sócrates, do Adílson Monteiro Alves, do próprio Wladimir. Ao mesmo tempo, a Democracia Corinthiana se lança na experiência radical de democracia direta, que não se concilia com esse projeto empresarial. Ela vai se debater dentro desses dois modelos. É interessante a experiência do Corinthians porque ela embute essa disputa entre a ideia de um futebol marcada por essas práticas de liberdade e, ao mesmo tempo, daquilo que se tornou hegemônico logo em seguida, o modelo empresarial.

Antes de jogos, alguns jogadores bebiam e fumavam. Isso não é prejudicial para a saúde do esportista e mesmo para sua imagem diante de seu torcedor?

É inconciliável exercer tal profissão com um estilo de vida mais boêmio à medida que nós aceitamos, sem crítica, o espaço que a medicina ocupou no futebol. O que não tem nada de natural, evidente e inquestionável. Pelo contrário, é fruto de um jogo de poder que hipertrofiou a importância da preparação física em detrimento de outras possibilidades de desenvolvimento do futebol. A Democracia Corintiana coloca em xeque a própria ideia de uma preparação física onipotente no futebol. Digamos que o movimento reintroduz a ideia do “Ginasium Grego”, que consistia exatamente em equilibrar os exercícios do corpo com os exercícios da alma. Não me parece contraditório que a Democracia Corinthiana tenha revelado essa face mais dionisíaca. Ela estava presente nos debates do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo e Diadema, estava presente no TUCA, nas discussões com estudantes universitários, prestava solidariedade ao acampamento de desempregados no parque do Ibirapuera, mas também subia ao palco da Rita Lee, para cantar “Os Jardins da Babilônia”. Ela percorria o circuito boêmio porque ela também se alimentava desse debate com poetas, intelectuais e músicos.

Qual seria a reação desses jogadores progressistas do passado, à semelhança de Afonsinho e do grupo da Democracia Corinthiana, diante da elitização do futebol que ocorre hoje, dos altos preços dos ingressos?

Tanto o Afonsinho quanto o Reinaldo e o Wladimir, durante suas carreiras, estavam muito atentos aos espaços concedidos ao torcedor, sobretudo o proveniente das classes populares. Sempre houve a preocupação com o aumento dos preços dos ingressos, com que estes estivessem ao alcance desse torcedor. Mais ainda: que ele participasse de alguma maneira do governo do futebol no país. Isso se perde hoje e há uma aceitação generalizada, como se fosse algo inevitável desse processo de elitização. Não tem nada de moderno nessa história. No Brasil, modernizar excluindo as classes populares é algo muito antigo, atrasado, e nós estamos repetindo essa experiência.

E a violência entre as torcidas acaba sendo um argumento para que ocorra isso.

Uma história que precisa ser recuperada é exatamente a politização das torcidas durante o processo de redemocratização da sociedade brasileira. A associação que existe hoje entre torcida organizada e violência é, em grande parte, fruto de uma conjuntura que bloqueou os canais de participação desses setores no futebol. Nada impede também que estas torcidas se transformem, adquiram consciência, e comecem, então, a pautar a sua conduta por meio de outras práticas que não o exercício da violência. Essa é uma questão. Outra é um cuidado muito grande que temos que ter em associar a violência no estádio com classe social, porque muitos integrantes das torcidas organizadas são de classe média alta e, se aceitarmos esse determinismo sociológico, justificaremos a exclusão desses grupos. Nada justifica a elitização, nem sequer mantermos no país os grandes jogadores, porque, se o preço a pagar for esse, não vale a pena.

E a Copa do Mundo no Brasil, deve trazer mais benefícios que malefícios para a sociedade brasileira? Será que o patriotismo recorrente das Copas servirá, dessa vez, para refletirmos mais a fundo sobre a nossa sociedade?

O futebol é indústria, gera empregos. O Brasil teria que ir mais a fundo nessa possibilidade de utilizar o futebol como instrumento, não só de inclusão social, mas também de construção da cidadania, de geração de emprego. Por esse caminho, não vejo nenhum problema, pelo contrário, é uma possibilidade de atrair investimentos e assim por diante. A questão que preocupa a todos é exatamente a apropriação do evento por determinados grupos e todo um histórico que envolve a realização de grandes eventos esportivos no país: erros de planejamento, desvios de dinheiro. É esse o dilema. Ao mesmo tempo, a Copa pode ser uma oportunidade em vários aspectos envolvendo o futebol e para na construção da nossa maneira de pensar a sociedade brasileira através do futebol.

Entrevista retirada da Agência Brasil de Fato

domingo, 7 de junho de 2009

Para quem pensa que tudo é pinheiro...



Caros Amigos Internautas,


Estamos precisamente a uma hora do confronto entre o Vitória e o Palmeiras. O jogo acontecerá no Palestra Itália, local onde as estatísticas tenumbram contra o Rubro negro da abençoada Bahia, por nunca ter vencido ao time de Luxemburgo pelo brasileiro. Tabu posto, tabu a ser vencido!
O Vitória sai de Salvador para uma mini-excursão pelo sudeste e sul do Brasil. Após o jogo de logo mais, serão os gaúchos que irão apreciar de perto a peleja no estádio da Beira Rio. É uma saída arriscada, serão seis pontos da tabela colocados à sorte, com ampla margem de favoritismo para o Palmeiras e Para o Internacional, justamente por estarem jogando sob seus domínios e por terem equipes mais bem estuturadas no campo econômico que reflete na infra estrutura e montagem de elenco para a disputa do Brasileirão.
Estamos conscientes de que a diferença extrapola o campo, alias é nesse local em que talvez vejamos menor diferenças, afinal de contas são 11 contra 11 e o Vitória vai embalado pela Vitória sobre o Gremio de Porto Alegre, outra equipe com as características regionais, patrimoniais e econômicas do Palmeiras e do Inter. A diferença a que me refiro pode ser explicada num conceito de espaço e lugar que nos diferencia substancialmente e joga por terra toda a história de que somos iguais perante a isso ou aquilo. No campo esportivo, Neto Baiano já sentiu o peso da lei que rigorosamente o atribuiu pena pela atitude anti-esportiva por ter "cuspido" no adversário, na mesma proporção com que sentenciou, Diego Souza, por ter agredido fisicamente ao companheiro de profissão, tendo inclusive voltado dos vestiários para consumar a agressão. Foram oito jogos cada um.
Nada contra a severidade das punições no futebol, em certos casos serveriam até de exemplo para a justiça civil, mas fico a refletir... Se fosse o inverso, ou seja, se o Diego Souza fosse expulso pelo que o Neto Baiano fez e este, expulso pelo motivo do Diego, a punição seria a que foi? A justiça esportiva exigiria o cumprimento da punição em outra competição que não a da ocorrência da expulsão?
Bem, se em alguns casos a justiça civil teria que aprender com a justiça esportiva na rigorosidade das penas, o que ajudaria a amenizar a sensação de impunidade no Brasil, esta, por outro lado, parece ter aprendido com a justiça civil a julgar o réu, levando em consideração o espaço e o lugar de ser gente ou melhor, neste caso, de ser o infrator. Com isso, temos a tranquilidade de reconhecermos que ao entrar em campo, toda esta conjuntura corrobora para o tratamento dispensados a um e a outro, as decisões dos juízes de causas urgentes(árbitro da partida), o olhar midiatico sobre o lance , a intenção, as jogadas, o comportamento mais ou menos hostil das torcidas não estão imunes a esta conjuntura.
É com essa carga que clubes dos lugares comuns (norte e nordeste) e não especiais do Brasil entram em campo. O que os mobilizam a lutar é a certeza de que a história se constrói nas relações entres sujeitos, organizações e instituições de interesses diversos, que colocam em jogo suas bandeiras, suas verdades.
Vamonêgo, coloca seu/nosso jogo em campo.


Até mais,


quarta-feira, 3 de junho de 2009

CONTRASTES!

Um evento esportivo de extrema importância como a copa do mundo, ela tem o poder de mobilizar diversos aspectos sócio-economico-cultural em uma nação.

A realização de um acontecimento como esse traz diversos benefícios para a população , porem para isso ocorrer suportes técnicos tem que ser dados. A infra-estrutura tem que ser oferecida aos participantes de forma adequada para um bom desempenho geral dos profissionais que aqui estarão trabalhando.

O turismo do pais irá se desenvolver ainda mais, pois indivíduos de todas as partes do mundo aqui estarão acompanhando suas nações, pontos turísticos das cidades sedes serão exploradas pelos turistas, aumentando a economia das cidades.

Novos empregos serão gerados com o intuito de atender e fazer as exigências dos consumidores. Mas é notório que os profissionais que aqui atuam não tem formação suficiente para receber essas pessoas. Portanto cursos mais intensos de orientação de recepção aos turistas deveriam ser oferecidos de forma gratuita pelo governo para tornar mais competente esses indivíduos. A construção de novas rodovias será desenvolvida para melhorar o acesso das pessoas ate os locais onde estará sendo realizados os jogos do evento.

E o melhor de tudo isso é que os habitantes de Salvador poderá usufruir dessas inovações em seu cotidiano.Essas construções poderá melhorar vários problmas que a populão enfrenta diariamente, como Engarrafamentos crônicos que incomoda aos trabalhadores em horários de picos ; a questão da segurança publica.

O que é preocupante é o fato de que somente devido a realização de um evento como esse é que os governantes tomam iniciativas que possam melhorar a vida dos cidadãos , ou seja, os projetos estruturais são desenvolvidos primeiramente para a garantia de uma competição segura e sem problemas para os indivíduos que aqui não habitam.

Apenas depois que essas melhorias foram aproveitadas pelos turistas, é que poderemos utilizar esses mecanismos na nossa vida normal.

TEXTO ESCRITO POR VITOR MENEZES

terça-feira, 2 de junho de 2009

No diálogo, na democracia!!!!!!!


Caros Amigos Internautas,

Em blog's nem sempre são lidos os comentários sobre a máteria foco por inumeras razões. Peço licença a ANONIMA para publicar na integra ó seu comentario a partir da materia posta por Welington de título BRASIL 2014. Quero dizer que assumo o risco das criticas pelo uso sem consulta, é que não sabia a quem consultar e preferindo ser criticado por meu ato a não socializar uma postura que para mim, é muito mais do que um comentario - e não tem nada a ver com a extensão da reflexão - é na verdade uma nova materia. Obrigado desde já!

ANONIMA DIZ:

No mês de fevereiro, o Comitê Olímpico Internacional estimou os gastos para um país sediar uma Olimpíada em R$29,5 BILHÕES. Os que defendem a realização de tal evento aqui alegam que o Brasil é o único país entre as 10 maiores economias do mundo que nunca teve uma Olimpíada. Então, por que ainda existem escolas sem carteiras? Por que a dengue ainda mata tantas pessoas? Por que uma professora tem que trabalhar de manhã, de tarde e de noite para não passar fome? Por que os hospitais estão sucateados e pessoas morrem na fila sem atendimento médico? Por que a fome é uma realidade da população brasileira? Por que 70% dos jovens considerados pobres são negros... e ainda predomina no Brasil o mito da democracia racial? Por que não se consegue acabar com o analfabetismo? Temos dinheiro para gastar em um evento esportivo e não temos dinheiro para investir em nosso maior patrimônio: o povo brasileiro? Os defensores dos Jogos Olímpicos falam em retorno enorme. Retorno para quem? O crescimento econômico ( construção civil, turismo,etc ) beneficiará as camadas polpulares ou a elite podre do Brasil? Será que o Pan-Americano do Rio mudou a vida dos favelados da cidade? Será que todas as escolas do Rio são estruturadas para a prática de esporte? Eu afirmo: muitas escolas do Brasil não são estruturadas nem para receber alunos, quanto mais para a prática esportiva. Concordo com Welington:... "não se trata de ser contra nem ao esporte nem tampouco aos eventos esportivos"... O que questionamos é o que devemos priorizar com o dinheiro que temos para gastar. Dinheiro que sai do nosso bolso. O dinheiro é nosso e não somos consultados para gastá-lo. Será que não temos capacidade de dizer quais as nossas necessidades?A Copa do Mundo é outro evento esportivo que o governo e a mídia fazem marketing "cor de rosa", usando a paixão que nós, brasileiras e brasileiros, temos pelo futebol. Estava previsto que a Copa do Mundo seria de total responsabilidade das empresas privadas, mas já se fala que o GOVERNO deve colocar dinheiro. Vamos pagar para ver o menino rico Kaká jogar, enquanto muitos meninos só têm a merenda da escola como única refeição ( falo de uma realidade que é a minha ). Ah! É capaz também de vermos Ronaldo - "o renascido das cinzas" ( renascer de cinzas douradas é muito mais fácil que renascer de cinzas cinzas ) - jogar, pois acredito que o "endeusamento" da mídia ( principalmente global ) chegará ao ápice com ele vestindo a camisa da Seleção. E por falar no tal do "Fenômeno", fico me perguntando: Por que será que a mídia não fala da atleta olímpica Jade Barbosa que passou a vender camisetas para custear um tratamento de saúde? Como é possível que uma atleta olímpica que representa tão bem o Brasil no mundo esportivo tenha que se sujeitar a tal situação? Por que será que a mídia não propaga o que está acontecendo com Jade Barbosa? Dois pesos ( Ronaldo que o diga ), duas medidas ( Jade que o diga ). O país que diz-se preparado para os dois maiores eventos esportivos da Terra é o mesmo país que deixa Jade sem utopia. O país que se destaca no contexto mundial por sua economia forte é o mesmo país que não consegue "pagar" sua dívida social com os índios, os negros, os sem - terras, os sem - tetos... Perguntam para eles se o Brasil merece medalha de ouro.


Até mais,

segunda-feira, 1 de junho de 2009


O jornal A TARDE de ontem (31.05) ocupou quase que a totalidade do seu caderno 1 com notícias sobre a COPA DO MUNDO DE 2014, embora tenha um caderno específico para tratar de esporte.

Esse aspecto por si só já dar não só a dimensão da importância que este veículo de comunicação dará ao evento como, também da importância do próprio evento, para Salvador e para algumas cidades do Estado da Bahia.

Estima-se que o governo, em parceria com empresas privadas, terá que investir a "bagatela" de quase 4 bilhões de reais, valor este que se aproxima muito do custo total do Pan-Americano, realizado no Rio de Janeiro em 2007.

Tenho pontuado com preocupação sobre este e outros eventos em um outro BLOG, o Esporte em Rede, onde trato de asssuntos especificamente relacionados ao mundo do esporte.

Não se trata de ser contra nem ao esporte nem tampouco aos eventos esportivos. Sabemos da importância que o esporte teve e tem como fenômeno sócio-histórico. Não é esta a questão.

O que pontuamos diz respeito as prioridades de governo e de alocação dos recursos públicos, pois mesmo que o Estado faça parceria com as empresas privadas, é necessário a garantia de um órgão público (BNDES, por exemplo) para viabilizar as transações. Pois se alguma coisa der errada, você acredita mesmo que o setor privado vai tirar o dinheiro do seu próprio caixa para garantir o evento?

Vamos acompanhar todo esse processo. Voltaremos, quando necessário, a este assunto.